O lipedema é uma doença pouco conhecida, mas que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Mais do que uma questão estética, ele impacta a saúde física e emocional, trazendo desconforto e limitações no dia a dia.  

Conhecer essa condição é o primeiro passo para buscar um diagnóstico correto, tratamento adequado e qualidade de vida. Saiba tudo sobre o lipedema a seguir! 

O que é lipedema? 

O lipedema é uma condição crônica e que afeta principalmente as mulheres. Se manifesta como um acúmulo desproporcional e simétrico de gordura nos braços e nas pernas, poupando as mãos e os pés^1,2,3. 

A prevalência estimada de pessoas com lipedema no Brasil é de 12,3%⁴, um valor significativo e que merece atenção. Ele foi descrito pela primeira vez em 1940 e, recentemente, incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID), o que mostra o crescente número de informações mais detalhadas sobre essa questão¹. 

Entretanto, apesar do maior rastreio e conscientização sobre a doença, o lipedema ainda é subdiagnosticado e mal compreendido entre a população^1,5.  

Quais os impactos na saúde? 

O lipedema pode ser muito doloroso e leva a uma maior sensibilidade no local afetado. Há maior facilidade para formação de hematomas na região e sensação de fadiga e “peso” nos membros afetados^2,3. 

Estudos recentes reforçam o papel da influência hormonal nesta condição⁵ - o início ou a piora da doença costuma acontecer em períodos de maior fluxo hormonal, como na puberdade, gestação ou perimenopausa².  

A dor causada pelo lipedema pode impactar significativamente na qualidade de vida, sendo de grande importância garantir o diagnóstico e tratamento adequados para amenizar os sintomas o quanto antes. 

Como tratar? 

Atualmente, o principal objetivo do tratamento é aliviar os sintomas causados pela doença, sendo recomendados como estratégia a realização de drenagem linfática, prática de exercícios, controle do ganho de peso, cuidados com a alimentação e acompanhamento psicológico6. Contudo, a causa do lipedema ainda não foi totalmente descoberta, o que ainda dificulta o seu rastreio^5,6. 

O lipedema é bem diferente do acúmulo de gordura que normalmente acontece na obesidade ou sobrepeso. A lipólise (quebra de gordura) é prejudicada e há uma resposta limitada a dietas com restrição calórica e exercícios^2,5. 

O sobrepeso piora as manifestações do lipedema. Então, apesar do acúmulo de gordura do lipedema ser considerado resistente à dieta, a normalização do peso pode, ainda assim, melhorar os sintomas⁶. 

Apesar de não haver uma dieta específica para quem tem lipedema, as estratégias nutricionais atuais são baseadas no controle da ingestão calórica, controle da inflamação e redução do acúmulo de líquidos (edema)⁶. 

A dieta RAD (Rare Adipose Disorders) vem ganhando popularidade e tem como base uma dieta do mediterrâneo modificada³. É uma dieta anti-inflamatória e consiste em: 

1. Evitar alimentos processados, açúcares, produtos lácteos pasteurizados, edulcorantes artificiais, carne vermelha, embutidos, gorduras saturadas/trans, corantes e conservantes;
2. Preferir frutas orgânicas, vegetais, grãos integrais, gorduras “boas” (azeite de oliva, ômega 3, etc), peixes e aves.  

Apesar da sua popularidade, ainda não existem estudos científicos que respaldem sua recomendação ou comprovem os seus benefícios, sendo fundamental que o acompanhamento seja feito com um profissional de saúde capacitado e atualizado. 

Existem suplementos que podem ajudar? 

No quesito suplementação, alguns merecem atenção especial no lipedema por sua ação anti-inflamatória como o ômega-3 e os polifenóis, como o resveratrol. Apesar de não haver uma recomendação oficial de suplementação, os benefícios neste contexto são promissores⁷. 

Além disso, a vitamina D também é um suplemento que pode ser importante no lipedema, uma vez que os estudos observam maior tendência de deficiência deste nutriente em mulheres com essa condição⁸. 

Lembre-se: o uso de suplementos deve sempre ser feito com orientação de um profissional da saúde habilitado!